Distorções cognitivas: o que são e como afetam sua vida sem você perceber
- Psicóloga Priscila da Silva da Rosa
- 28 de mai.
- 3 min de leitura
Você já se sentiu mal consigo mesma sem saber o motivo? Já pensou que tudo vai dar errado, mesmo sem ter certeza? Pode ser que sua mente esteja te enganando.
Esses enganos da mente têm nome: distorções cognitivas. São formas de pensar que parecem verdadeiras, mas não são. Elas nascem dos nossos medos, inseguranças e da forma como aprendemos a ver o mundo. E o pior: acontecem tão rápido que nem percebemos.
O que são distorções cognitivas?
As distorções cognitivas são “truques” que o cérebro faz quando está tentando entender o que está acontecendo. Só que, às vezes, ele erra — e isso nos faz sofrer sem necessidade.
É como se a mente colocasse óculos escuros e visse tudo mais pesado, mais difícil e mais confuso do que realmente é.

Exemplos simples que podem estar no seu dia a dia:
1. Leitura mental: Presume saber o que os outros estão pensando, sem evidência concreta.
"Ele acha que sou incompetente."
2. Adivinhação do futuro (previsão catastrófica): Prevê que as coisas vão dar errado, mesmo sem evidências.
"Vou fracassar nessa entrevista, com certeza."
3. Catastrofização (ou amplificação): Exagera as consequências negativas de uma situação.
"Se ele terminar comigo, nunca mais vou ser feliz."
4. Minimização: Diminui ou invalida o lado positivo das situações ou conquistas.
"Ganhei o prêmio, mas foi só sorte."
5. Rotulagem (etiquetagem global): Reduz a si mesmo ou os outros a um rótulo absoluto.
"Sou um fracasso." "Ele é um idiota."
6. Rotulagem negativa (personalização com culpa): Atribui culpa indevida a si mesmo por eventos externos.
"A festa foi um desastre porque eu estava lá."
7. Personalização: Assume responsabilidade por eventos fora de seu controle.
"Ela está triste, devo ter feito algo errado."
8. Raciocínio emocional: Toma os sentimentos como provas da verdade.
"Me sinto insegura, então devo ser mesmo incapaz."
9. Filtro mental (abstração seletiva): Foca exclusivamente nos aspectos negativos, ignorando o restante.
"O professor elogiou, mas criticou um detalhe... foi horrível."
10. Desqualificação do positivo: Desconsidera fatos positivos como irrelevantes ou inválidos.
"Ele disse que me ama, mas deve ter dito só para me agradar."
11. Pensamento dicotômico (tudo ou nada): Vê as situações em extremos, sem meio-termo.
"Ou sou perfeita, ou sou um fracasso."
12. Deveria/Tem que (imperativos rígidos): Usa exigências internas inflexíveis, gerando culpa e frustração.
"Eu deveria ser mais forte." "Tenho que agradar a todos."
13. Culpabilização externa (culpa projetada): Atribui responsabilidade exclusivamente aos outros.
"Eu sou assim por culpa dos meus pais."
14. Inferência arbitrária: Tira conclusões sem evidências suficientes.
"Ele não respondeu meu bom dia porque me odeia."
15. Generalização excessiva: Tira uma regra geral a partir de um único evento.
"Errei nessa reunião, nunca vou conseguir ser promovida."
16. Comparação injusta: Compara-se com os outros sob critérios desfavoráveis.
"Todo mundo é mais bem-sucedido que eu."
E o que isso causa na sua vida?
Mais ansiedade e tristeza
Baixa autoestima
Problemas nos relacionamentos
Medo de tentar coisas novas
Cansaço mental e físico
Como começar a mudar isso?
Perceba seus pensamentos: Anote o que você pensa em momentos difíceis.
Pergunte a si mesma: "Isso é um fato ou é uma suposição minha?"
Converse com alguém de confiança ou um psicólogo: Falar sobre o que você sente ajuda a enxergar com mais clareza.
Seja gentil consigo mesma: Você não é o que pensa. Você é muito mais do que um pensamento negativo.
Você merece viver com mais leveza
A mente mente. Mas também pode aprender a ser sua aliada. Com o tempo, você vai conseguir perceber quando está sendo dura demais consigo mesma — e pode escolher um caminho mais gentil.
Se identificou com esse texto? Talvez seja a hora de olhar com carinho para sua saúde emocional. Aqui no blog, você encontra outros conteúdos para seguir nesse caminho.
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